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sábado, 7 de junho de 2014

A identificação com as coisas

A identificação com as coisas

Este cara se é Eckhart Tolle. Tolle conta que, aos 29 anos, depois de vários episódios depressivos, passou por uma profunda transformação espiritual, dissolveu sua antiga identidade e mudou o curso de sua vida de forma radical. Os anos seguintes foram dedicados ao entendimento, integração e aprofundamento desta transformação, que marcou o início de uma intensa jornada interior.
Veja o que ele fala sobre A IDENTIFICAÇÃO COM AS COISAS.
“Quem trabalha no setor de publicidade sabe muito bem que, para vender produtos supérfluos ou desnecessários, é preciso convencer as pessoas de que esses objetos acrescentarão algo à maneira como elas se vêem ou são vistas pelos outros, ou seja, que adicionarão alguma coisa à sua percepção do eu.
Os anúncios fazem isso, por exemplo, nos dizendo que vamos nos destacar da multidão usando tal produto e, assim, por implicação, seremos mais plenamente nós mesmos.
Outras propagandas criam uma associação na nossa mente entre o produto e alguém famoso, jovem, atraente ou de aparência feliz. Até mesmo imagens do início de carreira de celebridades que agora já estão velhas ou mortas funcionam bem para esse propósito.
O pressuposto implícito é de que, comprando determinado item, nos tornamos, por meio de uma apropriação mágica, como essas pessoas ou então assumimos sua imagem superficial. Assim, em muitos casos, não estamos adquirindo um produto, mas um “meio de realçar nossa identidade”.
As grifes de estilistas são, em termos básicos, identidades que compramos. Elas são caras e, portanto, “exclusivas”. Se todo mundo pudesse adquiri-las, seu valor psicológico se perderia e nós ficaríamos apenas com seu valor material, que talvez represente apenas uma fração do preço que pagamos por elas.
Paradoxalmente, o que mantém a chamada sociedade de consumo é o fato de que tentar encontrar a si mesmo por meio de coisas não funciona: a satisfação do ego tem vida curta. Assim, a pessoa continua buscando mais, continua comprando, continua consumindo.
Quando uma pessoa não consegue mais sentir a vida que ela própria é, em geral tenta preencher sua existência com coisas. Se esse for seu caso, sugiro, como uma prática espiritual, que você analise seu relacionamento com o universo das coisas por meio da observação de si mesmo e, em particular, de tudo o que é designado com a palavra “meu”.
É preciso que que esteja alerta e seja honesto para descobrir, por exemplo, se seu sentido de valor pessoal está ligado aos bens que possui.
Será que determinadas coisas lhe despertam um sentimento sutil de importância ou superioridade? A falta delas o faz se sentir inferior a quem tem mais? Você menciona de modo informal as coisas que possui ou as exibe para aumentar seu sentido de valor aos olhos das pessoas e por meio delas aos seus próprios olhos? Costuma ficar ressentido ou irado e, de alguma forma, se sente diminuído na percepção do seu eu quando constata que alguém te mais do que você ou quando perde um bem valorizado?”
Junte-se a nós por um mundo mais consciente

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